Os grupos carnavalescos da província de Luanda estão com a “máquina afinada” para “atacar” a nova marginal durante o Entrudo de 2024, com desfiles das classes infantis, B, A, a acontecer no sábado, domingo e segunda-feira.
Durante uma reportagem da Angop, para constatação do grau de prontidão dos grupos carnavalescos, foi possível aferir a preocupação das agremiações quanto aos últimos acertos, desde as coreografias, indumentárias, enredo a música.
Nas oficinas, o trabalho, a poucos dias do acto central, é frenético. Cartolinas, tecidos, colas, penas de galinhas, brilhantes e o tricotar das máquinas de costura, mudam o conceito de que se trata apenas de uma mera brincadeira de rua, uma vez que os investimentos superam a expectativa de muitos.
Em campos ou centros improvisados, os grupos ultimam os detalhes, quanto ao posicionamento, a ginga e os passos cadenciados, normalmente feitos no período nocturno para evitar “espias” ou dar possibilidade aos integrantes para os outros afazeres.
Segundo a presidente e comandante do grupo União Kiela, Maravilhas Dias dos Santos, a expectativa para a 46ª edição do Carnaval de Luanda “é forte”, sendo que o grupo está a preparar-se para superar o terceiro lugar conquistado na edição passada.
Disse que o objectivo do grupo é conseguir o primeiro lugar, uma vez que o distrito urbano do Sambizanga, há muito que não vence uma edição do Carnaval de Luanda.
Embora ainda no “segredo dos deuses”, Maravilha dos Santos, avançou que a grande novidade para este ano, tem a ver com o enredo, que vai homenagear um dos grandes artistas e embaixador da música angolana a nível do mundo.
Quanto ao número de pessoas que o grupo pretende levar ao acto central do Carnaval de Luanda, Maravilha disse que pretende ultrapassar as duas mil pessoas, já com a falange de apoio.
No que toca aos apoios, a irreverente comandante do União Kiela frisou que as dificuldades são várias, mas o grupo está preparado para avançar no dia 12 de Fevereiro.
A jovem aproveitou o momento para apelar aos fãs do União Kiela a estar na Nova Marginal de Luanda, uma vez que o grupo vai procurar superar as edições anteriores.
Na qualidade de vencedor da edição de 2023, o responsável do grupo União Recreativo do Kilamba, Poli Rocha, disse que a agremiação continua com a expectativa de sempre, em trabalhar para estar entre os três primeiros lugares do pódio.
“Por sermos os vencedores da edição passada a responsabilidade é maior, mas acredito que estamos a nos envolver para podermos defender o nosso título”, referiu.
Para este ano, Poli Rocha disse que o grupo vai levar à Nova Marginal de Luanda, cerca de 826 pessoas divididas em várias alas, bem como um número considerável na falange de apoio.
Fundado há oito anos, o grupo, que tem como estilo de dança o Semba, terá como tema de enredo nesta 46ª edição, “Nosso Chão, Nossas Riquezas”, que visa abordar o empenho do Executivo quanto à diversificação da economia, pautando pela aposta na agricultura.
Neste quadro, avançou ainda que serão ainda abordados dentro do tema central, “A Luta contra a Fome e a Pobreza”, com a canção de autoria do músico Dom Caetano e produção da Chicote Produções.
Poli Rocha avançou também que o grupo está preparado, mas cansado por trabalhar excessivamente, devido a situações alheias à agremiação, no que toca aos subsídios.
“É necessário que quem de direito possa velar pela situação do Carnaval de Luanda, uma vez que a não disponibilização atempada dos subsídios prejudica a preparação do grupo”, referiu.
Para o papão do carnaval de Luanda, com 14 troféus, a expectativa não foge à regra dos outros grupos. Segundo o presidente do União Mundo da Ilha, António Custódio, o grupo está preparado para “atacar” a Nova Marginal de Luanda e mostrar a dança e a ginga da agremiação, no sentido de convencer os júris e levar de vencida a 46ª edição.
Para este ano, o enredo da União Mundo da Ilha, fundado em 1968, vai basear-se nos “Valores Histórico e Cultural da Ilha de Luanda”, apresentando uma imagem entre a “Ilha de ontem e a de hoje”.
No que toca à música, António Custódio disse que vai abordar a história da Ilha de Luanda, desde a chegada dos primeiros habitantes.
Referiu-se ainda às dificuldades financeiras do grupo, tendo sublinhado que é necessário que o Governo aprove alguns benefícios fiscais para as empresas que queiram apoiar os grupos carnavalescos.
A 46ª edição do carnaval de Luanda vai contar com a exibição de 44 grupos, sendo 13 da classe A, igual número da B e 17 da classe infantil.
O desfile central vai contar com o regresso do emblemático grupo União Operário “Kabocomeu”. Na classe B desde 2018, o Grupo referencial da história do Carnaval de Luanda e vencedor da primeira edição do Carnaval do pós-independência, em 1978, o União Operário “Kabocomeu” foi fundado no dia 2 de Janeiro de 1952, em Luanda, pelo bailarino Joaquim António, o carismático, “Desliza”.
Folha 8 com Angop
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